3/30/2011

Entrelinhas

Acordei com aquela sensação estranha.
Cortaram-me os pulmões. Rasgaram minha pele.
Burlaram minha inocência. Envergonharam-me.
Crueldade alheia repugnada.


Entre essas palavras, sentimento.
Como seria o destino oposto?
Respiração completa. Cicatrizes sem dor.
Algo que eu jamais vivi.


Passado ausente da memória, presente em cada ato.
Alienação. Angústia. Fobia.


Mayra Rodrigues

3/22/2011

Esse mês

Março é um mês que não desperta os olhos das pessoas, somente quando coincide com o feriado de carnaval. Geralmente é o mês onde as promoções acabam. Existe sempre a especulação, depois do carnaval volto ao trabalho, estudos. O mês acaba por ser o tempo ideal para colocar projetos em prática. Em dezembro, janeiro e fevereiro sonhamos, idealizamos e programamos
para março as realizações. E claro, rezando para que esse mês não chegue nunca.

Nesse mês existem aniversariantes especiais. Incluindo meu cunhado, aniversário de casamento dos meus pais e até o tão desejado aniversário da minha amiga que sempre será a mais idosa.
Espero ansiosa essa data confabulando novas piadinhas com a futura idade que ela completará.
Sinceramente gostaria além de abraçá-los, presentea-los com uma sensação fervorosa que desperte muita paz e contemplação.
Então à vocês desejo o admirar da mais bela lua cheia acompanhada de uma noite constelada.

Sou suspeita, amo a noite, constelação e a lua. Lua essa que inebria consecutivas vezes meu coração, conforta, afaga. Escreveria um livro sobre essa sensação.
Esse mês que exige forças redobradas, a solução plausível está em admirar o que te encanta valorizando o precioso tempo e buscando luz, paz e tranquilidade. É difícil! Rotina nos cansa.
Mas é bem melhor reservarmos tempo para coisas simples e admira-las, em meio tanta responsabilidade.
Março pode vir. Abril calma!




3/01/2011

Como está sua bagagem?

Hoje essa era a indagação principal da palestra assistida na faculdade.
É verídico que assim somos avaliados profissionalmente. Não existe exceção. Assim será com a secretária do lar ao médico. Para concursados também. Sem uma boa bagagem não se passa em concurso. 

Mas como bem preparar sua bagagem?
Essa é uma questão óbvia, o difícil é praticá-la. Todo mundo sabe que o ideal é ter uma vida saudável, movida á boa alimentação, práticas físicas, edificar o intelecto e controlar as emoções. Não necessariamente seguir regras, mas saber lidar com elas.

Começamos aquela dieta. Obviamente da lua, do chá ou do sol. Mas não resistimos às tentações diárias. Sempre com a consciência tranquila, afinal não somos nós quem procuramos as tentações, elas nos procuram.

E as corridas? Compramos aquele "pisante" com amortecedor de última geração e roupas de ginástica na esperança de uma rotina de exercícios. Mas eventualmente chove há meses sempre no horário que temos disponível.

Os livros ficam lá na livraria esperando a nossa promessa de ir buscá-los. Quem nunca foi nas grandes livrarias e falou: - Deixa só passar esse semestre corrido que eu compro aqueles livros.

Os filmes entram e saem de cartaz, ganham o Oscar e ficam em nossa promessa de assisti-los.

Sabe aqueles artigos que achamos interessantíssimos? Fazemos questão de salvá-los. E com o tempo lembramos dele quando resolvemos fazer aquela "limpeza" nos arquivos antigos que estão ocupando espaço da memória do notebook.

E os cursos de francês ou alemão almejados. Invejamos aqueles que pronunciam línguas aparentemente difíceis. Sofisticação pura. Mas cadê o tempo? E o dinheiro?
Quanto ao controlar-se emocionalmente, é maravilhosa a sensação que sentimos depois que concluímos aquele livro de auto-ajuda. O lema torna-se "daqui pra frente tudo será diferente". Vou ser mais paciente, compreensivo. Até chegar a primeira dificuldade e desmoronar tudo.

Acabamos por nos considerar "metamorfoses ambulantes" que estão sempre em busca da perfeito. Perfeição imposta por momentos. Vivemos fases e mais fases.
O importante é conseguirmos finalizar os projetos, independente da fase.
No futuro (presente) analisaremos o passado com esforço para abrir sua gorda e cheia de lembranças, bagagem.

Mayra Rodrigues